Isenção do IRPF até R$ 5 mil: veja quem ganha com a mudança aprovada na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 1º de outubro de 2025 o Projeto de Lei nº 1.087/2025, que altera a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e amplia a faixa de isenção para trabalhadores com salários de até R$ 5 mil por mês.

A medida é considerada uma das mais significativas dos últimos anos, já que vai permitir que milhões de brasileiros tenham mais renda disponível no orçamento mensal. Mas afinal, o que muda na prática? Neste artigo, vamos detalhar os principais pontos, os impactos no bolso do contribuinte e como isso afeta a sua contabilidade pessoal e planejamento financeiro.

O que muda no Imposto de Renda a partir de 2026

Segundo o projeto aprovado, a regra começa a valer em 1º de janeiro de 2026. Confira os cenários:

  • Quem ganha até R$ 5.000 mensais: terá isenção total do Imposto de Renda.
  • Quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 5.000,01 e R$  7.350: terá direito a um desconto parcial, que diminui conforme o salário aumenta, com base em uma fórmula específica.
  • Quem ganha acima de R$ 7.350: não terá redução e continuará sendo tributado normalmente pelas faixas já existentes da tabela do IRPF.

📌 Exemplo prático: um trabalhador que hoje tem salário de R$ 5mil paga cerca 312,89 de imposto por mês. Com a nova regra, esse valor desaparece, gerando uma economia de mais de R$ 4 mil ao ano, já considerando o 13º salário.

Essa mudança prática no contracheque é o equivalente a um “14º salário” para milhões de brasileiros.

Impactos no 13º salário

Outro ponto importante é que o 13º salário também será afetado pela nova regra.

  • Quem recebe até R$ 5 mil ficará totalmente isento no pagamento do IR sobre o 13º.
  • Quem está na faixa entre R$ 5.000,01 e R$ 5.000,01 e R$  7.350 terá o desconto reduzido de forma proporcional.

Lembrando que o cálculo do IR sobre o 13º é feito exclusivamente na fonte, ou seja, não se soma aos demais rendimentos.

Quantos contribuintes serão beneficiados

De acordo com estimativas apresentadas pelo relator do projeto, a desoneração vai alcançar 16 milhões de pessoas e terá custo de R$ 31,2 bilhões para a União em 2026.

Para equilibrar as contas públicas, o projeto cria ainda um imposto mínimo de 10% sobre alta renda, direcionado a cerca de 141 mil contribuintes que hoje recolhem alíquotas efetivas abaixo do que paga a classe média.


E a atualização da tabela do IR?

Apesar da aprovação do aumento da faixa de isenção, a atualização da tabela do IR pela inflação não foi aprovada.

A proposta acordada prevê que, no prazo de um ano, o governo envie ao Congresso um novo projeto de lei estabelecendo uma política nacional de atualização dos valores da tabela. Isso busca evitar o chamado “efeito dreno”, onde a inflação eleva salários nominais, mas também empurra contribuintes para faixas de tributação mais altas.

📌 Vale lembrar que a tabela do Imposto de Renda ficou congelada entre 2016 e 2023, o que aumentou a carga fiscal sobre quem recebe salários próximos ao piso de cada faixa.


Como a mudança afeta sua contabilidade pessoal e planejamento financeiro

Essa alteração na faixa de isenção é uma oportunidade para rever sua estratégia de finanças pessoais:

  • Mais dinheiro no bolso: com a isenção ampliada, parte do orçamento mensal pode ser direcionada a investimentos, reserva de emergência ou quitação de dívidas.
  • Planejamento do 13º salário: o valor integral será mais vantajoso para milhões de trabalhadores, permitindo antecipação de despesas de fim de ano ou uso como aporte extra em investimentos.
  • Consultoria contábil e financeira: contar com apoio de um contador ou consultor tributário é essencial para interpretar corretamente os impactos da reforma no seu caso específico.

Conclusão

A aprovação da nova faixa de isenção do IRPF representa um marco importante para os contribuintes brasileiros, especialmente para a classe média e para quem recebe até R$ 5 mil mensais.

Com reflexos diretos em salários, 13º e planejamento financeiro, essa mudança exige atenção de trabalhadores, contadores e consultores financeiros que atuam com compliance tributário e gestão de finanças pessoais.

Agora, o projeto segue para análise no Senado e, posteriormente, sanção presidencial. Até lá, é importante acompanhar as discussões para entender como cada alteração pode impactar seu bolso e sua contabilidade.

 

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